Franquias apostam em novos modelos de negócios para a internacionalização

A internacionalização é uma alternativa para a expansão de franquias. Segundo pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Franchising (ABF), atualmente 163 marcas nacionais possuem operações em 107 países. Muitas dessas empresas investem em diferentes modelos de negócios e estratégias para se adaptarem às demandas dos mercados externos.
Seja por meio de franqueados, venda direta ou licenciamentos, a inovação é uma aliada na trajetória internacional. A rede de acessórios femininos Morana, com 300 lojas no Brasil, reconsiderou o modelo de unidades próprias que implantou em países como Portugal e Estados Unidos. A rede recebe o apoio do Franchising Brasil – programa de internacionalização realizado por meio de uma parceria da Apex-Brasil com a ABF –, em sua sua trilha no mercado global.
“O processo de capacitação e orientação nos ajudou a repensar nosso formato, desenvolver novos diferenciais e, principalmente, dar foco e planejamento”, conta Jae Ho Lee, CEO do grupo Ornatus, do qual a marca faz parte. Uma das soluções da Morana para inovar nos Estados Unidos foi implementar a venda direta.
“Assim, é possível introduzir a marca por meio de consultoras e revendedoras e implementar displays em locais onde a mulher está sempre presente”, explica o CEO. O modelo traz segurança e flexibilidade para os investidores. Ele já foi implementado na Flórida, exige investimentos menores e é integrado a plataformas de venda on-line para as revendedoras.
Outro exemplo é o da Usaflex, que, desde 2018, trabalha a marca no mercado externo com licenciamentos. A empresa de calçados está em mais de 50 países e conta com 15 lojas licenciadas no exterior.

No passado, investiu em diversos modelos de negócios: exportação direta, lojas multimarcas por meio de agentes e private label. O projeto de licenciamentos da Usaflex levou cinco anos para amadurecer e começou com um piloto de lojas fidelizadas, no qual os parceiros internacionais com mais de três unidades ganharam mais liberdade.
Já a iGUi, fabricante de piscinas em P.R.F.V. (Poliéster Reforçado com Fibra de Vidro) e com 800 unidades franqueadas, desenhou o modelo de negócios com base na logística. A empresa estuda o mercado que deseja entrar, identifica possíveis parceiros locais e estrategicamente usa suas 40 fábricas instaladas em países como México, Portugal e Estados Unidos para atender as demandas.
De acordo com Filipe Sisson, CEO da iGUi, seja no Brasil ou no exterior, a rede não possui unidades próprias, somente franqueadas que são abastecidas pelas máster-
franquias. “Cada fábrica atende os mercados mais próximos, porém, dependendo do modelo da piscina e/ou custo, a iGUi exporta o produto de outras fábricas mais distantes”, conta.
Para Bruno Amado, gerente de projetos Internacionais da ABF e gerente executivo do Franchising Brasil, as franquias brasileiras precisam entender que o que funciona para um mercado, pode não se aplicar a outro. “Por isso, é preciso se munir de dados e estudos para entender bem como adaptar as abordagens. Os cases estão aí para mostrar o quanto a criatividade e a inovação são as maiores aliadas das franquias brasileiras quando o assunto é mercado externo”, considera.