Na palma da mão
Com 226,3 milhões de celulares, o Brasil é um dos países que mais faz downloads de aplicativos; ferramenta não apenas aproxima a empresa do cliente, mas também funciona como mais um canal de negócios
A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) calcula que o Brasil tenha 226,3 milhões de celulares ativos, o que corresponde a 96,2 aparelhos para cada 100 habitantes. Esses aparelhos, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), estão presentes em 99,2% dos domicílios com acesso à internet.
Um mercado que tem acompanhado esses números superlativos é o de aplicativos. Levantamento feito pelo Pew Research Center, empresa norte-americana de pesquisas e tendências, indica que esse segmento deve movimentar US$ 6,3 trilhões até 2021 em todo o mundo.
No ano passado, de acordo com a Sensor Tower – provedora de inteligência de mercado e insights para a economia global mobile –, foram baixados 114,9 bilhões de apps (30,6 na App Store e 84,3 na Google Play) no mundo, crescimento de 9,1% em relação ao ano anterior. Apenas no último quadrimestre, o Brasil foi a terceira nação que mais fez downloads – a maioria esmagadora na Google Play, 1.94 bilhão –, ficando atrás apenas de Índia e Estados Unidos.
Outros números interessantes relacionados ao mercado nacional fazem parte da pesquisa “Panorama Mobile Time/Opinion Box – Uso de apps no Brasil”, realizada pelo site de notícias Mobile Time e pela empresa de soluções em pesquisas Opinion Box. Ela indica que 96% dos usuários de celular já baixaram aplicativos e 50% fizeram compras dentro de algum app.
“No País, essa é uma área que ainda está amadurecendo, mas temos percebido cada vez mais empresas, incluindo os grandes players, como bancos e varejistas, colocando os aplicativos como uma plataforma de fato relevante para suas estratégias, e para serem utilizados não apenas como mais um canal de relacionamento, mas sim de negócios”, comenta o diretor Latam da Applifit Brasil, especialista em publicidade mobile, Marcus Imaizumi.
O executivo destaca que essa ferramenta se tornou um importante diferencial competitivo, pois aproxima o cliente da empresa, já que ele pode acessá-la a qualquer hora e de qualquer lugar, e muitas vezes sem consumir o pacote de dados da internet. Mas para que seja realmente efetiva, ele pondera, é necessário que tenha algum tipo de funcionalidade. “O app só faz sentido quando se diferencia do site e quando oferece uma experiência de navegação mais agradável, preparada e rápida. Caso contrário, é um gasto que não vale a pena.”
O gestor de Media Lab do Centro Universitário Eniac Felipe Lima acrescenta que os aplicativos trazem certa autoridade para as empresas. “No momento em que a marca lança seu app, ela passa para o cliente uma imagem de força e inovação. Também mostra que está mais bem preparada do que suas concorrentes e atenta ao que acontece no mercado”, avalia.
E não pense você que esse recurso é uma opção apenas para gigantes como Magazine Luiza, Americanas e Santander. Nada disso. Com a sua popularização, tendo como consequência o barateamento do preço e a facilidade no desenvolvimento, cada vez mais as pequenas e médias empresas estão seguindo a tendência e entendendo a importância de se investir no mobile.
“Como hoje em dia quase todo mundo tem smartphone, tornou-se indispensável para qualquer marca ter um canal de comunicação através dele, um canal ainda mais direto com o cliente. Quem não investir nesse tipo de solução, certamente vai ficar para trás”, afirma Lima.
No caso do franchising, Imaizumi complementa que a estratégia faz todo o sentido para o sistema, mas precisa partir da franqueadora, afinal, se trata de uma nova unidade de negócios, e também tem de beneficiar toda a rede.
“Já vi casos de franqueados que fizeram os próprios apps, mas isso está longe do ideal, pois assim se perde todo o poder de barganha e escalabilidade da marca e, muitas vezes, até a identidade. A criação de apps exige planejamento e cuidado, como acontece qualquer outro produto”, finaliza.